sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O conceito de Arquétipo para Jung

Pessoal, infelizmente tenho me ausentado além da conta. Mas são coisas da vida, às vezes tomamos caminhos inesperados para se alcançar o objeivo traçado. Mas estou de volta, e dessa vez trago como contribuição aos estudos daqueles que desejam conhecer e daqueles que desejam aprimorar o que já sabem o conceito de arquétipo proposto por Jung. Divirtam-se:
"O conceito de arquétipo... deriva da observação reiterada de que os mitos e os contos da literatura universal encerram temas bem definidos que reaparecem sempre e por toda parte. Encontramos esses mesmos temas nas fantasias, nos sonhos, nas idéias delirantes e ilusões dos indivíduos que vivem atualmente. A essas imagens e correspondências típicas, denomino representações arquetípicas. Quanto mais nítidas, mais são acompanhadas de tonalidades afetivas vívidas... Elas nos impressionam, nos influenciam, nos fascinam. Têm sua origem no arquétipo que, em si mesmo, escapa à representação, forma pre-existente e inconsciente que parece fazer parte da estrutura psíquica herdada e pode, portanto, manifestar-se espontaneamente sempre e por toda parte.
É muito comum o mal-entendido de considerar o arquétipo como algo que possui um conteúdo determinado; em outros termos, faz-se dele uma espécie de "representação" inconsciente, se assim se pode dizer. É necessário sublinhar o fato de que os arquétipos não têm conteúdo determinado; eles só são determinados em sua forma e assim mesmo em grau limitado. Uma imagem primordial só tem um conteúdo determinado a partir do momento em que se torna consciente e é, portanto, preenchida pelo material da experiência consciente. Poder-se-ia talvez comparar sua forma ao sistema axial de um cristal que prefigura, de algum modo, a estrutura cristalina na água-mãe, se bem que não tenha por si mesmo qualquer existência material. Esta só se verifica quando os íons e moléculas se agrupam de uma suposta maneira. O arquétipo em si mesmo é vazio; é um elemento puramente formal, apenas uma facultas praeformandi (possibilidade de preformação), forma de representação dada a priori. As representações não são herdadas; apenas suas formas o são. Assim consideradas, correspondem exatamente aos instintos que, por seu lado, também só são determinados em sua forma. É impossível provar a existência dos arquétipos ou dos instintos, a não ser que eles mesmos se manifestem de maneira concreta.
Provavelmente a verdadeira essência do arquétipo não pode tornar-se consciente, ela é transcendente, ou, como a chamei, psicóide. ("Semelhante à alma", quase-psíquica". Assim Jung caracteriza a camada profundíssima do inconsciente coletivo e de seus conteúdos, os arquétipos, que não podem ser representados. "O inconsciente coletivo representa uma psique que, ao contrário dos fenômenos psíquicos conhecidos, escapa às imagens representativas. Por esse motivo a chamei psicóide.")
Não devemos entregar-nos a ilusão de que finalmente poderemos explicar um aquétipo e assim 'liquida-lo'. A melhor tentativa de explicação não será mais do que uma tradução relativamente bem-sucedida, num outro sistema de imagens."
E í, oque acharam? Fiquem à vontade, o espaço é de vocês.
Um forte abraço!!!

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