sábado, 11 de setembro de 2010

Consciência e Inconsciente segundo Jung

Queridos,
Conforme havia prometido, trago o conceito de Consciência e de Inconsciente, tirado do livro Memória, sonhos, reflexões, de acordo com a teoria Junguiana. Como vocês constatarão, difere da visão Freudiana:
Consciência - "Quando indagamos qual poderá ser a natureza da consciência, o fato que mais nos impressiona - maravilha das maravilhas - é o de que um acontecimento que se produz no cosmo cria simultaneamente uma imagem em nós ou, de algum modo, se desenrola paralelamente, tornando-se, assim, consciente. (...) Nossa consciência não se cria a si mesma, mas emana de profundezas desconhecidas. Na infância, desperta gradualmente e, ao longo da vida, desperta cada manhã, saindo das profundezas do sono, de um estado de inconsciência. é como uma criança nascendo diariamente do seio materno". (Carl Gustav Jung)
Inconsciente - "Teoricamente é impossível fixar limites no campo da consciência, uma vez que ela pode estender-se indefinidamente. Empiricamente, porém, ele sempre atinge os seus limites, ao atingir o desconhecido. Este último é constituido por tudo aquilo que ignoramos, por aquilo que não tem qualquer relação com o eu, centro dos campos de consciência. O desconhecido divide-se em dois grupos de objetos; os que são exteriores e os que seriam acessíveis pelos sentidos e dados interiores, que seriam o objeto da experiência imediata. O primeiro grupo constitui o desconhecido do mundo exterior; o segundo, o desconhecido do mundo interior. Chamamos inconsciente a este último campo. (...) Tudo o que conheço, mas não penso num dado momento, tudo aquilo que ja tive consciência mas já esqueci, tudo o que foi percebido pelos meus sentidos e meu espírito consciente não registrou, tudo o que involuntariamente e sem prestar atenção (isto é, inconscientemente), sinto, penso relembro, desejo e faço, todo o futuro que se prepara em mim e que só mais tarde se tornará consciente, tudo isso é conteúdo do inconsciente. (...) A esses conteúdos se acrescentam as representações ou impressões penosas mais ou menos intencionalmente reprimidas. Chamo de inconsciente pessoal ao conjunto de todos esses conteúdos. Mas além disso encontramos também no inconsciente propriedades que não foram adquiridas individualmente; foram herdadas, assim como os instintos e os impulsos que levam à execução de ações comandadas por uma necessidade, mas não por uma motivação consciente... (Nesta camada "mais profunda" da psique encontramos os arquétipos) Os instintos e os arquétipos constituem, juntos, o inconsciente coletivo. Eu o chamo coletivo porque, ao contrário do inconsciente pessoal, não é constituído de conteúdos individuais, mais ou menos únicos e que não se repetem, mas de conteúdos que são universais e aparecem regularmente. (...) Os conteúdos do inconsciente pessoal são parte integrante da personalidade individual e poderiam, pois, ser conscientes. Os conteúdos do inconsciente coletivo constituem como que uma condição ou base da psique em si mesma, condição onipresente, imutável, identica a si própria em toda parte. (...) Quanto mais profundas forem as 'camadas' da psique, mais perdem sua originalidade individual. Quanto mais profundas, mais se aproximam dos sistemas funcionais autônomos, mais coletivas se tornam, e acabam por universalizar-se e extinguir-se na materialidade do corpo, isto é, nos corpos químicos. O carbono do corpo humano é simplesmente carbono; no mais profundo de si mesma, a psique é universo". (Carl Gustav Jung)
É isso aí: discutam, questionem, indaguem. Fiquem a vontade!
Um forte abraço.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Ser Psicólogo

Queridos,
Temo não conseguir postar alguma coisa nos próximos dois dias, e como sexta-feira, dia 27 de agosto, é dia do psicólogo, estou antecipando minha homenagem a meus colegas de profissão. Também é uma forma dos leigos conhecerem um pouco do nosso trabalho:

"Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso, é também uma notável dádiva.
Recebemos o dom de usar a palavra, o olhar,
as nossas expressões, e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos
para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.
 Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas  isso, é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais
precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,
seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.
Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos instrumentos capazes de
favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção
que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.
Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,
ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra,
do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,
sejam segredos que me acompanhem até o fim.
E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de
ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que
não tinha com quem contar para dividir sua solidão,
sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir
que isso só começa quando a gente consegue
realmente se conhecer e se aceitar."

Desconheço o autor desse texto, mas é simplesmente lindo!!
Parabéns a todos os psicólogos.
Um forte abraço.
 

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Associação

Queridos,
Estudando um pouco mais a teoria junguiana, me veio a idéia de que muitas pessoas acham que Jung é psicanalista assim como Freud, porém isso não é verdade. Jung trouxe a idéia da Psicologia Analítica, o que é diferente da Psicanálise proposta por Freud, embora ambas as teorias acreditem que a dinâmica do ser humano esteja no inconsciente, ou seja, o olhar que cada uma tem para o inconsciente é um  pouco divergente.
Nas duas teorias temos um conceito que se chama Associação, porém cada um se baseia em noções diferentes. Trago aqui um trecho do livro Memórias, sonhos, reflexões de Jung:
"Associação - Encadeamento de idéias, de percepçõs, etc., segundo a semelhança, conexão e oposição. Associações livres na interpretação de sonhos de S. Freud; cadeias de associações espontâneas do sonhador, que não se relacionem necessariamente com a situação onírica. Associações dirigidas ou controladas na interpretação junguiana dos sonhos; idéias espontâneas cujo ponto de partida é a situação onírica dada, e que sempre se relacionam com ela."
Espero ter contribuído para a elucidação do tema. Na próxima postagem tratarei dos temas consciência e inconsciente.
Não custa lembrar que o espaço é aberto a comentários, divirtam-se!
Um forte abraço.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O conceito de Arquétipo para Jung

Pessoal, infelizmente tenho me ausentado além da conta. Mas são coisas da vida, às vezes tomamos caminhos inesperados para se alcançar o objeivo traçado. Mas estou de volta, e dessa vez trago como contribuição aos estudos daqueles que desejam conhecer e daqueles que desejam aprimorar o que já sabem o conceito de arquétipo proposto por Jung. Divirtam-se:
"O conceito de arquétipo... deriva da observação reiterada de que os mitos e os contos da literatura universal encerram temas bem definidos que reaparecem sempre e por toda parte. Encontramos esses mesmos temas nas fantasias, nos sonhos, nas idéias delirantes e ilusões dos indivíduos que vivem atualmente. A essas imagens e correspondências típicas, denomino representações arquetípicas. Quanto mais nítidas, mais são acompanhadas de tonalidades afetivas vívidas... Elas nos impressionam, nos influenciam, nos fascinam. Têm sua origem no arquétipo que, em si mesmo, escapa à representação, forma pre-existente e inconsciente que parece fazer parte da estrutura psíquica herdada e pode, portanto, manifestar-se espontaneamente sempre e por toda parte.
É muito comum o mal-entendido de considerar o arquétipo como algo que possui um conteúdo determinado; em outros termos, faz-se dele uma espécie de "representação" inconsciente, se assim se pode dizer. É necessário sublinhar o fato de que os arquétipos não têm conteúdo determinado; eles só são determinados em sua forma e assim mesmo em grau limitado. Uma imagem primordial só tem um conteúdo determinado a partir do momento em que se torna consciente e é, portanto, preenchida pelo material da experiência consciente. Poder-se-ia talvez comparar sua forma ao sistema axial de um cristal que prefigura, de algum modo, a estrutura cristalina na água-mãe, se bem que não tenha por si mesmo qualquer existência material. Esta só se verifica quando os íons e moléculas se agrupam de uma suposta maneira. O arquétipo em si mesmo é vazio; é um elemento puramente formal, apenas uma facultas praeformandi (possibilidade de preformação), forma de representação dada a priori. As representações não são herdadas; apenas suas formas o são. Assim consideradas, correspondem exatamente aos instintos que, por seu lado, também só são determinados em sua forma. É impossível provar a existência dos arquétipos ou dos instintos, a não ser que eles mesmos se manifestem de maneira concreta.
Provavelmente a verdadeira essência do arquétipo não pode tornar-se consciente, ela é transcendente, ou, como a chamei, psicóide. ("Semelhante à alma", quase-psíquica". Assim Jung caracteriza a camada profundíssima do inconsciente coletivo e de seus conteúdos, os arquétipos, que não podem ser representados. "O inconsciente coletivo representa uma psique que, ao contrário dos fenômenos psíquicos conhecidos, escapa às imagens representativas. Por esse motivo a chamei psicóide.")
Não devemos entregar-nos a ilusão de que finalmente poderemos explicar um aquétipo e assim 'liquida-lo'. A melhor tentativa de explicação não será mais do que uma tradução relativamente bem-sucedida, num outro sistema de imagens."
E í, oque acharam? Fiquem à vontade, o espaço é de vocês.
Um forte abraço!!!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sincronicidade segundo Jung

Galera, estive muito tempo ausente devido a obrigações com o trabalho e com minha pós, mas volto empolgadíssima com um conceito junguiano que muita gente ainda possui dúvidas. Trago um trecho tirado do livro de Jung, chamado "Memória, sonhos, Reflexões", trecho esse escrito pelo próprio Jung. Espero conseguir elucidar o tema.
"Minha preocupação, com relação à psicologia dos processos inconscientes, obrigou-me, há muito tempo, a procurar - além da causalidade -  outro princípio de explicação, uma vez que o princípio da causalidade me parecia impróprio para explicar certos fenômenos surpreendentes da psicologia do inconsciente. Encontrei, assim, fenômenos psicológicos paralelos, que não podiam ser ligados entre si casualmente; deviam ser ligados de outra forma, por outro desenrolar de acontecimentos. Esta conexão de acontecimentos parecia-me ser essencialmente dada, por sua relativa simultaneidade, de onde o termo 'sincronístico'. Parece, com efeito, que o tempo, longe de ser uma abstração, é um continuum concreto; ele inclui certas qualidades ou condições fundamentais que se manifestam, simultaneamente, em lugares diferentes, com um paralelismo que não pode ser explicado pela causalidade. É o caso, por exemplo, de símbolos, idéias ou estados psíquicos que aparecem simultaneamente.
Escolhi o termo 'sincronicidade' porque a aparição simultânea dos dois acontecimentos, ligados pela significação, mas sem relação causal, me pareceu um critério decisivo. Emprego, pois, aqui, o conceito geral de sincronicidade, no sentido especial de coincidência, no tempo, de dois ou vários elementos, sem relação causal e que têm o mesmo conteúdo significativo, ou um sentido similar. Isto não é o mesmo que 'sincronismo', cujo significado é apenas o da aparição simultânea de dois fenônemos.
A sincronicidade não é mais enigmática, nem mais misteriosa do que as descontinuidades da física. Nossa convicção enraizada do poder da causalidade cria, e só ela, as dificuldades que se opõem ao nosso entendimento, e faz parecer impensável que acontecimentos acausais possam existir ou produzir-se. As coincidências de acontecimentos ligados pelo sentido são pensáveis como puro acaso. Mas quanto mais se multiplicam e mais a concordância é exata, mais sua probabilidade diminui e mais aumenta sua inverossimilhança, o que significa que não podem mais passar por simples acaso, mas devem, devido à ausência de explicação causal, ser olhadas como ordenações que têm sentido. Sua 'inexplicabilidade' não é devida à ignorância de sua causa, mas ao fato de que nosso intelecto é incapaz de pensá-la..."

terça-feira, 27 de abril de 2010

Terror no Rio de Janeiro

É impressionante como os inocentes vivem atrás de grades, não as do presídio, mas da criminalidade. Ontem, dia 26 de Abril, minha mãe e eu, como dezenas de pessoas, passamos por uma situação de terror dentro do trem, entre Realengo e Padre Miguel. O Comando Vermelho estava trocando tiros com a Polícia na rua beirando a linha do trem. Nós estávamos na estação de Madudeira a espera da linha Santa Cruz, ao chegarmos lar encontramos um senhor esperando o mesmo trem. Ele nos contou que iria para Bangu como nós, e essa linha já havia sido anunciada há mais de 1 hora e nada de chegar. Acredito que era por volta de quase 2 horas da tarde, o trem chegou após 20 minutos de espera na plataforma. Esse senhor nos contou que estava havendo tiroteio lá em Senador Camará, bem na linha do trem. Como iríamos até Bangu, não nos preocupamos muito.
Como a linha era Direto, ao sairmos de Madureira nossa próxima parada era em Deodoro, mas no meio do caminho o trem deu uma diminuída na velocidade. Como estou acostumada a fazer esse trajeto para atender meus pacientes na Praça Seca, imaginei que algum outro trem estaria parado na próxima estação ou estaria passando no caminho, e que talvez o maquinista do nosso trem estivesse esperando o outro trem retomar a sua rota para seguirmos viajem; foi o que aconteceu. Paramos em Deodoro e tudo estava calmo e tranquilo, como normalmente.
Quando chegamos na estação da Vila Militar alguns camelôs, que costumam entrar no trem para vender águas e outras coisas, disseram que naquele exato momento estava acontecendo troca de tiros entre policiais e bandidos na altura de Padre Miguel e que os bandidos estariam com basucas e escopetas. Algumas pessoas dentro do trem não acreditaram muito, mas fomos avisados por esses camelôs, a viagem inteira. As pessoas ficaram preocupadas, tentando certificar se a informação era correta. Um senhor que estava do nosso lado disse que sua esposa estava na estação de Bangu e que não conseguia sair de lá por conta desse trágico evento, então ficamos em estado de alerta, o medo começou a tomar conta das pessoas.
Ao chegarmos na estação de Realengo uma moça, que também era camelô, nos disse que na próxima estação, a de Padre Miguel, estava em guerra, e nos aconselhou a baixarmos a cabeça em sinal de respeito e que se a coisa "ficasse feia" deveríamos abaixar, até mesmo deitar no chão do trem. Quando estávamos chegando na estação de Padre Migue eu vi dois bandidos fortemente armados do outro lado da rua, eles estavam com escopetas, basucas e outras armas que não consegui identificar e no mesmo instante abaixei, pois o nosso trem estava passando no meio do confronto.

Algumas pessoas ficaram em pé para olhar e disseram que viram os policiais dentro da linha do trem, na plataforma. Minha mãe ficou muito desesperada e tentava me puxar para debaixo dela no intuito de me proteger de alguma bala perdida, até porque escutamos balas atingindo o nosso trem (devido ao nervosismo só consegui ouvir três tiros), mas ela não conseguia porque tinha muita gente perto de nós. O trem corria tanto que parecia que iria sair dos trilhos. Algumas pessoas viram 4 corpos estirados na plataforma, próximo aos policias. Os camelôs já haviam dito que teriam por volta de 3 corpos. Senti que algumas pessoas deitaram em cima de mim e por cima do meu braço, na hora não conseguia sentir dor. Me achei muito fria diante da situação, acho que estava em estado de choque, não conseguia esboçar qualquer tipo de reação de desespero, medo ou pavor.
Após o ocorrido comecei a chorar copiosamente, senti falta de ar e tive a sensação de que iria desmaiar. Um senhor me cedeu o lugar para que eu pudesse sentar, mas a única coisa que passava na minha cabeça naquele momento era de sair do trem. Finalmente chegamos na estação Bangu, a qual era o nosso destino. Na mesma hora me levantei desesperada para sair de lá, quando saímos eu desabei e senti tontera. Nunca havia passado por algo parecido na minha vida. Encontramos alguns taxistas que nos disseram que esse tiroteio estava contecendo desde domingo, dia 25, e que ontem, dia 26, havia começado de manhã cedo. Estranhamos porque mais cedo passamos por lá de trem em direção a Madudeira, um dos taxistas nos informou que talvez nesse momento eles estavam dando uma trégua.
Pegamos o carro que estava dentro do Shopping de Bangu, e quando nos aproximavamos do nosso bairro, em Campo Grande, é que comecei a sentir dores nas costas e nos ombros, além de dores no braço e na perna equerdas. Quando percebi minha perna estava toda suja e toda arranhada. Quando cheguei em casa liguei para o meu pai para informar o que nos havia acontecido, ele me disse que o Rio de Janeiro todo estava assim porque os bandidos estavam tentando assumir novos pontos de droga, e que o mesmo aconteceu no Complexo do Alemão lá em Vila da Penha, próximo onde ele trabalha.
Agora eu me pergunto, será que o nosso país está pronto para assumir a responsabilidade de sediar Copa do Mundo e Olipíada? Além de tudo, achei um absurdo o Cantor Roberto Carlos, aclamado pelos brasileiros como o Rei, ser escoltado para ir ao enterro de sua mãe, sendo que a população é quem precisa ser escoltada e protegida desses bandidos, ouso dizer que até mesmo dos governantes por conta de algo chamado "Politicagem". Confesso que tudo isso me fez refletir: Será que correr riscos na vida significa correr risco de vida? Até que ponto vale a pena arriscar e o que vale a pena arriscar? Acredito que a vida é mais importante que tudo no mundo. Infelizmente o que aconteceu virou fato corriqueiro, a ponto das pessoas se acostumarem com isso e acharem super natural. Onde estão os nossos valores? Onde estão agora os caras-pintadas que fizeram todo aquele movimento para tirar o Collor da Presidência? Onde está a consciência das pessoas na hora de votar? Onde estão os nossos políticos de esquerda que prometem fazer uma revolução no nosso país? Infelizmente, quando chegam no poder se contaminam com os valores subversivos... É por isso que sempre digo: Só Deus quem dita as regras. Pois se nós tivessemos que morrer, não seria o trem com todo o material de ferro ou o fato de abaixarmos na tentativa de nos proteger que salvaria nossas vidas. Até porque naquele momento pensei: Ou vou morrer de bala perdida ou vou morrer num desastre por conta da alta velocidade do trem...
Mas felizmente ou infelizmente, tudo isso faz parte do Processo de Individuação...

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Alquimia e o Processo de Individuação

"... todo o procedimento alquímico... pode muito bem representar o processo de individuação num indivíduo particular, embora com a diferença não desprovida de importância de que nenhum indivíduo particular abarca a riqueza e o alcance do simbolismo alquímico. Este tem a seu favor o fato de ter sido construído ao longo dos séculos... É... tarefa muito difícil e ingrata a tentativa de descrever o processo de individuação a partir de materiais de casos... Na minha experiência, nenhum caso é suficientemente amplo para revelar todos os aspectos com uma riqueza de detalhes que o leve ser considerado paradigmático... A alquimia, por conseguinte, realizou para mim o grande e inestimável serviço de fornecer o material em que minha experiência pudesse encontrar espaço suficiente, o que me possibilitou descrever o proceso de individuação, ao menos em seus aspectos essenciais." (Mysterium Coniunctionis - Carl Gustav Jung)
Para melhor entender essa ligação, aqui vai algumas palavras de Edward Edinger em sua obra Anatomia da Psique:
"O que torna a alquimia tão valiosa para a psicoterapia é o fato de suas imagens concretizarem as experiências de transformação por que passamos na psicoterapia. Tomada como um todo, a alquimia oferece uma espécie de anatomia da individuação. Com efeito, sua imagens serão mais significativas para aqueles que tiverem tido uma experiência pessoal do inconsciente."
Galera, aqui vai uma dica pessoal: se por um acaso vocês se depararem com algum trabalho artístico, como os desses artistas famosos que pintaram quadros aparentemente sem significado algum, estejam certos de que é a projeção do inconsciente neles. O significado é muito pessoal, o inconsciente não possui a mesma "lógica" que a consciência. Pensem nisso...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Rio de Janeiro Afogada em Lágrimas...


       Pois é, eis o maior temporal de todos os tempos no Rio de Janeiro... Em meio a toda essa tragédia, é lindo ver como o povo brasileiro, apesar dos pesares, ainda se preocupa com o outro! Mesmo sendo a solidariedade como, para mim, um fenômeno que se manifesta no coletivo a partir de uma catastrofe, seja ela qual for, ela nos impulsiona a juntar os cacos e a nos reconstruir como seres humanos. Quantas e quantas vezes precisamos chegar a beira de um abismo para parar, refletir e repensar o nosso comportamento? Quantas e quantas vezes precisamos nos deparar com uma rua sem saída para descobrirmos uma saída que parecia não existir?
       A vida é cheia de escolhas, uma não-escolha já é em si uma escolha... Escolher lamentar e culpar a Deus e o mundo pelas coisas ruins que acontecem, ou escolher lutar, seguir em frente e fazer um novo começo, sabendo que o é que aparentemente negativo possui um lado positivo? Esse é um fardo do processo de individuação que temos que carregar, mas ao mesmo tempo é sublime, pois é a partir daí que descobrimos quem somos e quem desejamos ser...
       Que Deus abençõe a todos que perderam amigos e entes-queridos, pois um pedaço de si se foi... Que Deus abençõe a todos que perderam suas casas, pois precisarão reconstruir a casa externa e principalmente a interna. Acredito que não haja uma só pessoa que não tenha se comovido e sentido essa tragédia... Mesmo sem ter perdido minha casa, meus pertences e um amigo ou ente-querido se quer, me solidarizo com o Rio de Janeiro. Todos nós sempre temos algo para doar, nem que seja uma lágrima, um agasalho ou até mesmo uma oração.
        Se alguém souber de algum lugar que precise de doação, de qualquer tipo, pode escrever aqui no comentário. Se preferir, pode me mandar um e-mail que terei o maior prazer em divulgar: vanessa_nery@oi.com.br

Um grande beijo e fiquem com Deus.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Pequeno "Recesso"

Galera, estou há um tempo sem postar, é que ultimamente minha vida está numa correria, uma delas é refazer um trabalho sobre Alquimia para a pós. Enquanto eu estiver pesquisando, se eu encontrar algo interessante postarei com certeza.

Um grande beijo a todos.

quinta-feira, 18 de março de 2010

A Anima Mundi e a Cultrura

     Falar de indivíduo é também falar de cultura, pois, além de ser o "local" onde ele está inserido, é um "pedaço" necessário para que ocorra o processo de individuação. O homem se individualiza quando reconhece o que é dele e o que é do outro, mas ele não faz esse reconhecimento sozinho, também precisa desse outro como espelho dele mesmo e de diferenciação. Em um dos capítulos "A crise do homem moderno e a onipotência Prometeu" de seu livro "A Mitopoese da Psique", Walter Boechat fala do mundo natural que foi despsiquificado ou desencantado, pois era o mundo onde habitavam deuses, ninfas e todos os mensageiros celestiais. Esse mundo é o fator mitologizador da psique. Boechat faz referência ao trabalho de 1945 de Jung "Anotações sobre eventos contemporâneos" para explicar o movimento da consciência discriminativa:
     "Até alguns séculos atrás aquelas regiões do mundo, as quais desde então têm sido iluminadas pela ciência, estavam mergulhadas na mais profunda escuridão. A natureza estava então em seu estado original, como esteve desde tempos imemoriais. Apesar de há muito ser o habitat de deuses, ela não fora, de nenhuma maneira, despsificada. Espíritos ainda assombravam as terras e as águas e se ocultavam no ar e no fogo; a feitiçaria e profecias lançavam suas sombras sobre as relações humanas e os mistérios da fé exerciam profunda influência no mundo natural. Em certas flores podiam-se encontrar imagens dos instrumentos de torturas dos mártires e do sangue de Cristo; à espiral da esquerda para a direita na concha do caramujo era uma prova da existência de Deus.
     Hoje não podemos imaginar esse estado mental de forma alguma, não podemos sequer supor o que seja viver em um mundo que fosse preenchido com os mistérios das maravilhas de Deus, desde o mais religioso e sublime até o mais cotidiano da forja do ferreiro, e fosse corrompido a partir de baixo pelo engano demoníaco, marcado pelo pecado original e secretamente animado por um demônio autóctone ou por uma anima mundi - ou por essas 'centelhas da Alma do Mundo' as quais brotaram como as sementes da vida quando o Ruah Elohim pairou sobre a face das águas (JUNG, 1945).
     Boechat nos diz que o perigo da despsificação são, por exemplo, as guerras que vemos hoje em dia. Achando que havia abominado esse mundo natural, o homem acabou engolindo-o em si próprio. O que vemos hoje é o herói arrogante, em busca do exercício do poder sobre o outro quando beneficia uma minoria e exlcui a massa. O homem não percebe que as transformações positivas que podem ocorrer em momentos de crise não se dão através da destruição, e sim de uma dialética construtiva: interação e aprendizado. E essa dialética só acontecerá quando buscarmos as respostas na experiência de ser um indivíduo, ou seja, no Processo de Individuação.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Pré-Congressos

Estão acontecendo vários pré-congressos em preparação para o Congresso Nacional de Psicologia (CNP). Participem!!! Abaixo está o link direto.
http://www.crprj.org.br/comissoes/cnp/cnp2010.html

segunda-feira, 1 de março de 2010

Conhecer-se a Si-Mesmo

" 'Conhecer o homem é o início da plenitude, mas conhecer a Deus é a plenitude perfeita.' Clemente de Alexandria diz no Paedagogus: 'Portanto, tal como parece, o maior de todos os ensinamentos está em conhecer a si mesmo; pois quando o homem conhece-se a si mesmo, ele conhece a Deus.' E Monoimos, na sua carta a Theophrastus, escreve: 'Busca por Ele fora de ti e descobre quem é que comanda tudo dentro de ti, dizendo: meu deus, meu espírito, meu entendimento, minha alma, meu corpo; e compreende por que razão existe dor e alegria, e amor e ódio... e por que te irritas quando não querias te irritar, e te apaixonas quando não querias te apaixonar. E, se observares atentamente tais coisas, tu O encontrarás dentro de ti, o Um e o Todo.' "
Carl Gustav Jung, "Aion"
O que vocês acham que Jung quis dizer com isso?

Processo de Individuação

Mais uma citaçao de Jung, na qual na qual ele define a individuação, e desta vez tirada de seu livro "Tipos Psicológicos":
"Em geral, é o processo de formação e de especialização da natureza individual: em particular, é o desenvolvimento do indivíduo psicológico como um ser distinto da psicologia geral, coletiva. A individuação é, por conseguinte, um processo de diferenciação, que tem por alvo o desenvolvimento da personalidade individual".
Lembrando que quem quiser poderá dar sugestões de temas, até porque o blog tem como objetivo discutir assuntos a cerca da psicologia e como ela afeta o indivíduo e a sociedade.
Meu contato é: vanessa_nery@oi.com.br
Fiquem a vontade.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

O Inconsciente e sua Manifestações

Pois é, estou aimada com este blog. Achei mais uma citação do Jung, dessa vez falando sobre o Inconsciente: "... o contato com o inconsciente provoca um terror pânico no homem civilizado, em boa parte devido à analogia ameaçadora que ele apresenta com a doença mental." Carl Gustav Jung
E aí, o que vocês acham disso?

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Conceito de Alma para Carl Gustav Jung

Bem, esse é o meu segundo post. E como ainda não tenho idéia do que colocar aqui, resolvi começar fazendo citações. Acho magnífico o conceito de Alma para Jung:
"Se a alma do homem é algo, deve ser infinitamente complicada e de uma diversidade ilimitada, impossível de ser aprendida por uma simples psicologia dos instintos. É com a mais profunda admiração e com o maior respeito que, mudo, posso considerar os abismos e os cumes da natureza psíquica, os quais povoam o universo não-espacial de uma indizível abundância de imagens, que milhões de anos de evolução viva amontoaram e acumularam organicamente. Minha consciência é como que um olho que abarca os espaços mais distantes, mas o não-eu psíquico é aquilo que de maneira não-espacial preenche esse espaço. Essas imagens não são apenas sombras pálidas; são fatores e condições psíquicas de poder imenso. Poderemos talvez negligencia-las, mas não lograremos, através dessa negação subtrair-lhe o poder. Tal impressão, comparativamente, seria semelhante a contemplação de um céu noturno estrelado, pois o equivalente do mundo interior só pode ser o mundo exterior e, como atinjo este último por intermédio do corpo é através da alma que atinjo o mundo interior.
Seria uma blasfêmia afirmar que Deus pode se manifestar em toda parte menos na alma humana. Com efeito, a grande intimidade de relação entre Deus e a alma exclui automaticamente toda depreciação desta última. Sem dúvida, falar de afinidade é um exagero; mas de qualquer modo a alma deve possuir em si mesma uma faculdade de relação, isto é, uma correspondência com a essência de Deus; senão como seria possível o estabelecimento de um relação? Essa correspondência em termos psicológicos é o arquétipo da imagem de Deus". (Jung - "Memórias, sonhos e reflexões")
Bom, está aí um bom tema para discussão. Divirtam-se!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Postagem de Principiante

Neste momento estou criando um blog como uma forma de entretenimento, tentando mesclar minha vida profissinal com um pouco da pessoal. À priori essa é minha intenção, mas as coisas podem melhorar ou mudar e estou aberta a sugestões. Em breve, voltarei com novidades.
Um grande beijo!